quinta-feira, janeiro 15, 2004

Aproveitem o Carnaval...

O Sol caminha para a extinção, esquenta mais e o clima na Terra vai mudar. Os carnavais daqui a 1 bilhão de anos estarão comprometidos.

Enos Picazzio, astrônomo da USP, em entrevista a Paulo Henrique Amorim, no UOL News
Fonte: Veja, 14/01/2004

P.S.: esse post foi todo escrito com os pés.

quarta-feira, janeiro 14, 2004

Amor e tesão

A pergunta era: qual é a diferença entre amor e tesão? O enfoque era a repressão do tesão puro e simples através de seu disfarce em sentimento. Os rumos das discussões foram bastante interessantes.

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Conversa 1: O INTP

Hybris [5:40 PM]:
eu imaginaria que "tesão" é bem definido, biologicamente.

Laly [5:40 PM]:
Sim, de fato.

Laly [5:41 PM]:
Mas tesão se disfarça de amor. Era essa a discussão, como a sociedade força - principalmente as mulheres - a reprimir o tesão e disfarçá-lo em amor.

Hybris [5:42 PM]:
beeem, eu nunca vi isso entre os homens. uma lésbica uma vez me explicou que mulheres tendem a misturar amor com sexo, enquanto homens separam isso de forma muito clara. talvez seja isso que o Tiago não entendeu.

Laly [5:43 PM]:
Ah, o Tiago entendeu, não é esse o ponto. Estávamos discutindo exatamente o que essa lésbica falou, embora não tenhamos falado em homens e mulheres - mesmo porque nossa sociedade pós-moderna nos trouxe homens que confundem tesão e amor.

Hybris [5:45 PM]:
pode ser mais natural do que isso. enquanto um homem procura quadris saudáveis que possam gerar o seu filho nos próximos n meses, mulheres procuram quem vá criar e proteger esse filho pelos próximos m anos, onde n < 12m. Logo, a seleção sexual feminina se baseia em pontos mais sutis do que a seleção sexual masculina.

Laly [5:46 PM]:
Sim, indeed.

Hybris [5:46 PM]:
er, onde n menor que 12m. assim, os critérios femininos de seleção sexual são mais sutis que os masculinos.

Hybris [5:47 PM]:
os homens feios temos este ditado, que diz algo como "quem gosta de homem bonito é gay, mulher gosta de dinheiro e poder".

Laly [5:48 PM]:
Hahaha
o ditado não está muito longe da verdade.

Laly [5:48 PM]:
Não é bem por aí. Mas mulheres buscam homens que possam protegê-la, de alguma forma.

Hybris [5:48 PM]:
e proteger a prole.

Laly [5:49 PM]:
Sim, a ela e à prole. O que varia é a concepção de proteção que a mulher pode ter.

Hybris [5:50 PM]:
a idéia do homem musculoso ainda está muito forte no instinto, mas os símbolos da riqueza também atraem.

Laly [5:50 PM]:
Ela pode achar que é dinheiro, que vá garantir conforto aos filhos; ou outras coisas mais abstratas, como inteligência, que garantam aos filhos que eles tenham subsídios para andar com suas próprias pernas. Pode mesmo ser saúde, e aí entra o homem musculoso.

Hybris [5:51 PM]:
eu acho que a inteligência é algo mais para o lado do "amor" que para o sexo. Cristo, a história clássica é a da mulher que se casa com o homem inteligente por razões intelectuais, mas que o trai com o jardineiro.

Laly [5:52 PM]:
SIm, é um clássico...

Hybris [5:53 PM]:
não é que ela não ame o homem inteligente, é que ela não conseguiu realizar essa fusão entre amor e sexo. nos homens, isso é mais nitido. nós nos apaixonamos por mulheres inteligentes, divertidas, etc, mas não conseguimos deixar de olhar para os quadris de *whoever está nua na Playboy*.

Laly [6:01 PM]:
Diego, sabe do que você precisa? Tentar parar de pensar as relações humanas dessa forma "Neo". É um tanto estranho, você vê coisas bonitas e abstratas como amor e tesão como mera neuroquímica, como (tenho certeza de que você entendeu a minha analogia, mas anyway) o Neo olha prédios e vê códigos. A Matrix é a realidade, assim como a neuroquímica é a realidade. Mas você não precisa viver o tempo todo naquele limbo de merda que é Zion por isso.

Hybris [6:03 PM]:
nah, a neuroquímica não elimina o sentimento. primeiro porque no fundo não há relações causais bem formadas, apenas correlação estatística (e se você lê um paper de neuroquímica, vê um monte de qui-quadrados), e segundo porque a neuroquímica é só a expressão fisica do sentimento, muito como o músculo só é a expressão física do músico.

Laly [6:03 PM]:
Sabe, eu sou profundamente atéia. E acredite, concordo em gênero, número e grau que tudo que vivencio se resume a truques da física e da química que nada têm a ver com nada maior do que isso. Mas existo da forma que existo, e posso construir fantasias românticas e vivenciá-las, sem tirar o pé do que acredito que seja a realidade.

Laly [6:04 PM]:
Não elimina o sentimento. Mas você está meio bitolado.

Laly [6:05 PM]:
Pô, eu sei que não elimina o sentimento porque penso exatamente como você. É que VOCÊ, Diego Navarro Pozo, está bitolado.

Hybris [6:07 PM]:
com a neuroquimica?
Laly [6:07 PM]:
É.

Laly [6:08 PM]:
Eu pergunto sobre amor e você responde de um ponto de vista bastante cientificista, digamos assim.

Hybris [6:09 PM]:
eu estava respondendo sobre sexo, não sobre amor.

Hybris [6:09 PM]:
eu não disse quase nada sobre amor. a não ser uma breve menção a "inteligente, divertida, etc."

Laly [6:10 PM]:
Sim, sim, eu sei. Eu perguntei sobre sexo E amor, e você enveredou pelo sexo, de um ponto de vista neuroquímico. Isso é bitolado.

Laly [6:10 PM]:
Eu estava, digamos, fazendo um "teste". Tive a mesma discussão com uma amiga agora, e ela enveredou para o lado do amor.

Hybris [6:10 PM]:
veja, o tema era, mulheres são pressionadas a reprimirem sexo e expressarem amor

Laly [6:11 PM]:
Bem, o tema era "diferença entre amor e tesão".

Hybris [6:11 PM]:
todo o meu ponto era que mulheres tendem a se apaixonar pelas mesmas pessoas por quem se sentem atraídas sexualmente, porque os mecanismos de atração sexual femininos são mais sutis.

Laly [6:12 PM]:
Sim, sim, compreendo o seu ponto, concordo com ele.

Laly [6:12 PM]:
Mas vc está bitoladão.

Hybris [6:12 PM]:
enquanto que homens podem sentir amor de uma forma muito pura, completamente desprovida de sexo.

Laly [6:12 PM]:
(eu não estou falando isso de hoje, dessa conversa).

Hybris [6:12 PM]:
sim, há mecanismos neuroquímicos que interferem com o meu desempenho intelectual, e eu preciso tomar um pouco de cuidado com isso.

Laly [6:12 PM]:
Eu sei, eu sei, mas O QUE É ISSO? Essa forma pura.

Hybris [6:13 PM]:
é a ficha que cai quando você olha pros olhos de uma pessoa.

Laly [6:14 PM]:
Cara, você não é diferente das outras pessoas. Você é sensível demais a esses mecanismos neuroquímicos por que não os trabalha, por medo de "interferência com o seu desempenho intelectual". Você já está doido. Só que vai ficar pior se não tentar resolver isso.

Hybris [6:14 PM]:
pode ter um bom componente de efeito placebo. e daí?

Laly [6:16 PM]:
E daí que você PRECISA resolver isso. Cara, do jeito que você se poupa de estímulos neuroquímicos, com mais uns 5 anos você vai querer casar com a primeira mulher que, por essas coincidências do destino, soprar seu antebraço.

Hybris [6:18 PM]:
eu acho que não entendi direito a sua linha de raciocínio.

Hybris [6:18 PM]:
sim, eu falo demais sobre neuroquímica por causa do café. eu não sei como isso se transformou com se apaixonar muito fácil pela primeira pessoa.

Laly [6:18 PM]:
Bem, você não quer mais andar muito porque fica muito feliz e canta mulheres na rua. Isso já é estranho.

Laly [6:19 PM]:
Quantas vezes você beijou na boca esse ano?

Laly [6:19 PM]:
(pergunta indiscreta)

Hybris [6:19 PM]:
este ano, nenhuma. em 2003, uma.

Laly [6:20 PM]:
Pois é.

Hybris [6:20 PM]:
eu me diverti, durante algum tempo. 2000 foi um ano divertido. Mas idéias são mais importantes que experiências.

Laly [6:20 PM]:
Tudo bem. E vai casar com a primeira que soprar seu antebraço.

Hybris [6:21 PM]:
hã, as pessoas sopram o seu antebraço o tempo inteiro.

Laly [6:21 PM]:
Diego, você não deixa as pessoas encostarem em você!

Laly [6:21 PM]:
(você entendeu meu ponto)

Hybris [6:22 PM]:
eu digo, uma menina flertou insistentemente no ônibus comigo hoje. e veja, eu não me casei com ela.

Laly [6:22 PM]:
Puxa, que bom. Você tem salvação ;-p

Hybris [6:23 PM]:
mas é a isso que eu me referia. sim, as pessoas sopram no seu antebraço de vez em quando.

Laly [6:23 PM]:
Bem, eu disse que você ainda tem salvação, um pouco acima. Não vai ter daqui a alguns anos.

Laly [6:23 PM]:
Posso postar trechos dessa conversa no meu blog? não as partes pessoais, que se referem a você.

Hybris [6:24 PM]:
eu ainda não estou acompanhando completamente o seu raciocínio.

Hybris [6:25 PM]:
ah, whatever. pode postar as partes pessoais também. não é como se fosse um segredo.

Laly [6:25 PM]:
Tudo bem, tudo bem.

Laly [6:26 PM]:
É uma experiência.
Bem, prefiro não fazê-lo, de qualquer forma. Quer que eu preserve sua identidade?

Hybris [6:26 PM]:
nah. pelo contrário, linque pro Anacoluto.

Hybris [6:27 PM]:
sim, eu tenho algum grau de frustração sexual. mas, não, eu sou uma pessoa feliz.

Laly [6:27 PM]:
Ah, eu não disse que não era, menino.

Laly [6:28 PM]:
Eu estou falando em controle. Se privar de estímulos neuroquímicos em prol de um melhor desempenho nesta ou naquela área é extremamente perigoso. Você perde o controle.

Hybris [6:30 PM]:
você perceberá que eu não sou um obsessivo acadêmico. mas idéias são mais importantes que experiências, e estar aprendendo várias coisas novas ao mesmo tempo é mais importante que o sexo quase pelos mesmos motivos que é mais importante que ter um dez em estatística.

Laly [6:30 PM]:
Assim como você pode virar um tapado saradão e imbecilóide porque só busca endorfina sexo, sexo, sexo, ou um drogado com toda espécie de doença que rouba dos pais e se prostitui pra comprar cocaína, pode também ser uma dessas pessoas completamente desajustadas que não sabem como reagir em absolutamente nenhuma experiência social.

Laly [6:32 PM]:
Bem, não estou dizendo que você perdeu o controle. Estou dizendo que pode vir a perder. Não vejo você se preocupando com equilíbrio, mesmo um equilíbrio que penda para o lado das idéias, que não condeno, em absoluto.
É apenas um alerta, e nada mais...

Hybris [6:37 PM]:
"equilíbrio" é superestimado. as coisas têm graus relativos de importância.

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Conversa 2: A AMIGA

Laly [4:59 PM]:
Qual é a diferença entre tesão e amor, na sua concepção?

G.Q.N.Q.S.I.P.M.S.P. [5:34 PM]:
qual a semelhança na sua?

Laly [5:35 PM]:
Hm, amor romântico costuma envolver tesão

Laly [5:36 PM]:
(hehe, pelo menos comigo, envolve MUITO)

G.Q.N.Q.S.I.P.M.S.P. [5:36 PM]:
sim... e amizade tb... mas ate ai sao bem diferentes...

Laly [5:36 PM]:
amizade envolve tesão?

Laly [5:36 PM]:
hein?

G.Q.N.Q.S.I.P.M.S.P. [5:36 PM]:
que bom

G.Q.N.Q.S.I.P.M.S.P. [5:36 PM]:
amor romantico envolve amizade...

Laly [5:36 PM]:
Ok, amor romântico envolve amizade.

Laly [5:37 PM]:
Sim, mas veja, muitas vezes é difícil traçar a linha entre tesão e amor. Quando você sente um ou outro. Assim como é difícil traçar a diferença entre amor e amizade.

G.Q.N.Q.S.I.P.M.S.P. [5:38 PM]:
confunde qdo eh pela mesma pessoa...

Laly [5:38 PM]:
As coisas se confundem, e se disfarçam. Tesão de amor, amor de amizade e amizade de amor. Como vocie sabe o que é o quê?

Laly [5:39 PM]:
Tipo, você era amiga do *nome do namorado dela*, e vice-versa, e insistia que não havia nada. Passou meses nesse papo de enrola-otário "nós não temos nada não". E agora estão como estão.

G.Q.N.Q.S.I.P.M.S.P. [5:39 PM]:
eh facil... briga feio com seu namorado ate vcs quase acabarem... dependendo o q vc sentir vc sabe q ama ele... se nao era so tesao com amizade

Laly [5:39 PM]:
Ahm, não, eu sei como definir. Agora eu sei, demorou um tempo. Mas descobri.
E você?

Laly [5:40 PM]:
Já descobriu?

Laly [5:40 PM]:
Quero saber se você tem alguma definição última

G.Q.N.Q.S.I.P.M.S.P. [5:40 PM]:
mas nos continuamos amigos...
eh diferente.. nao me confunde...
vc tem amigos tb... vc nao quer estar com eles todo o tempo do mundo (ou boa parte dele) nao quer q eles participem de tudo na sua vida e poder participar da deles...

G.Q.N.Q.S.I.P.M.S.P. [5:41 PM]:
definiçao?... acho q nao exatamente... mas acho q sei diferenciar sim...

Laly [5:42 PM]:
Não é diferente... é a mesma coisa...
É, sim, é algo por aí... mas isso tem a ver com a convivência com uma pessoa. Não necessariamente você ama romanticamente a pessoa que você quer que esteja sempre participando da sua vida.

G.Q.N.Q.S.I.P.M.S.P. [5:43 PM]:
geralmente... qdo a pessoa eh apenas sua amiga vc nao faz tanta questao.. nao se incomoda tanto.. sei la.. eh diferente...

Laly [5:44 PM]:
Muitas pessoas, ao invés de sentir isso com o namorado, sentem com a mãe, ou a irmã/irmão, ou mesmo melhor amigo/a.

G.Q.N.Q.S.I.P.M.S.P. [5:44 PM]:
pode ser...

Laly [5:45 PM]:
Minha definição é a de que amor, essencialmente, é querer proteger uma pessoa, para sempre.

G.Q.N.Q.S.I.P.M.S.P. [5:46 PM]:
e amizade?

Laly [5:47 PM]:
É um sentimento de compartilhar. Amizade envolve, necessariamente, o compartilhar. Exige volta.

G.Q.N.Q.S.I.P.M.S.P. [5:48 PM]:
pode ser... teria q pensar mais a respeito...

Laly [5:48 PM]:
Amor não exige retorno.

G.Q.N.Q.S.I.P.M.S.P. [5:49 PM]:
isso eh verdade

Laly [5:51 PM]:
E é uma coisa um tanto incondicional.

G.Q.N.Q.S.I.P.M.S.P. [5:51 PM]:
eh.. pra dificultar um pouco mais...

Laly [5:53 PM]:
Eu ainda tenho minhas dúvidas sobre um ponto. Decepção. Ainda não decidi se decepções são capazes de quebrar o amor, ou não. Acho que sim.

Laly [5:57 PM]:
Quer dizer, você acha que ama uma pessoa, e ela a decepciona. Se você deixa de amá-la, você a amava, ou era um falso amor?

G.Q.N.Q.S.I.P.M.S.P. [5:57 PM]:
depende... pode ajudar... acho q nao

Laly [5:58 PM]:
Eu acho que a decepção é, sim, capaz de acabar com um amor verdadeiro, porque a decepção revela que a pessoa que você amava não é real. Não é aquela. Logo... o amor era real, mas a pessoa não era.

G.Q.N.Q.S.I.P.M.S.P. [5:58 PM]:
....
mas entao vc nao amava aquela pessoa e sim a q vc criou

Laly [6:00 PM]:
Claro, algumas pessoas se iludem, acreditando que aquela pessoa era real sim. Outras são mais racionais e percebem que amavam uma imagem. Veja, todas as pessoas amam imagens, mas algumas são mais realistas do que outras. E bem, as pessoas mais racionais que percebem seu engano simplesmente deletam a falsa imagem, e aí, o amor some - claro, pode demorar um pouco, até ficar um resíduo.
E não necessariamente você criou a pessoa. Muitas pessoas recriam a si mesmas para poder ser amadas, com boas ou más intenções. Em pequenas medidas, todos nós fazemos isso.

G.Q.N.Q.S.I.P.M.S.P. [6:02 PM]:
mas acho q o pior eh se a pessoa era realmente o q se pensava q fosse e te decepciona pq nao eh mais.. pq ela mudou e vc nao gosta mais dela assim...

Laly [6:04 PM]:
Bem... pode acontecer também.

G.Q.N.Q.S.I.P.M.S.P. [6:04 PM]:
mas pq isso agora?

Laly [6:05 PM]:
Ah, surtos filosóficos. Posso postar esse papo no meu blog?

Laly [6:06 PM]:
(se vc quiser, eu suprimo nomes, ou coisa do gênero)

G.Q.N.Q.S.I.P.M.S.P. [6:06 PM]:
acho q sim.. mas vc muda meu nome pra G.q.n.q.s.i.p.m.s.p.
garota q nao quer se identificar para manter sua privacidade
heheheh

Laly [6:07 PM]:
Ok, G.Q.N.Q.S.I.P.M.S.P.
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Bem, isso não podia ser mais "conjecturas e refutações"... Espero que sirva para estimular novas idéias e reflexões.

Até a próxima!

Fotos da gente!!!!!!!!!!!!

Atendendo a pedidos, aqui vão as fotos do amigo oculto com o pessoal do Conjecturas Refutadas + Roberta e Verdinho. Confiram! Ficaram um barato!

Em breve algum post interessante by me.

quinta-feira, janeiro 08, 2004

Sites legais

Este é um site de fotografias de um amigo meu que é Fotografo!!!Sim, isso quer dizer que não se trata de mais um flog com fotos de 500 desconhecidos! São fotos profissionais que divulgam seu excelentíssimo trabalho. Vale a pena conferir : Igor Pessoa.

Outro site, não menos interessante, é o site da banda Gurus: Gurus

Um pouco de atualidade

Reviravolta na política econômica
José Paulo Kupfer, 8 de janeiro, 2004

Desossados das firulas intelectuais e das sutilezas metodológicas, existem, basicamente, dois tipos de economistas brasileiros: os que se preocupam antes de tudo com os desequilíbrios fiscais e os que entendem ser a vulnerabilidade externa o perigo maior. Se realmente soubessem prever os eventos econômicos, os economistas da banda que não desgruda o olho das contas externas teriam guardado umas garrafas de champanha para estourá-las no início da noite de terça-feira, quando o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, anunciou um mecanismo sistemático de intervenção no mercado cambial.

Contrariando o discurso cotidiano, segundo o qual o ajuste fiscal preside a política econômica e é uma heresia a autoridade monetária intervir em regime de câmbio flutuante, como é o caso do brasileiro, o BC passará a comprar dólares no mercado, com o objetivo de engordar as reservas cambiais e, obviamente, evitar valorizações excessivas do real frente ao dólar. Não é que o governo Lula, nesse assunto, tivesse permanecido passivo. Ao longo de 2003, por ordem do Tesouro Nacional, o Banco do Brasil comprou no mercado US$ 11,2 bilhões. Mas essa ação, além de não configurar, como agora passa a configurar, uma ação sistemática, teve o inconveniente de ser nada transparente – o que á arriscado num mercado sensível como o cambial. Mas, é bom não esquecer, ajudou a salvar a pátria econômica.

Desse dinheiro, metade foi usada para cobrir o serviço da dívida externa em 2003 e a outra metade servirá para honrar os compromissos oficiais de 2004. Não fosse isso, as reservas brasileiras líquidas teriam terminado o ano mais por baixo do que barriga de cobra. Como o ano fechou com escassos US$ 17 bilhões em reservas líquidas, não fossem as compras de dólares no mercado, teriam sobrado apenas US$ 6 bilhões – o mesmo que nada. Numa palavra, países não quebram, mas se quebrassem, o Brasil teria ido à breca.

Haverá sempre quem veja graves inconvenientes numa ação desse tipo. Existem, de fato, riscos, mas também há riscos na defesa de uma livre flutuação que todos, especialmente os países ricos, recomendam que se obedeça, mas que, na vida real, ninguém segue. Economias como a brasileira, nas quais a geração de dólares via exportações é largamente insuficiente para fazer frente aos compromissos em moeda forte, não podem mesmo brincar de ortodoxia cambial. Conviver com déficits cambiais como os que o Brasil amargou, por longos oito anos, até 2003 são coisa para gente muito grande, assim como... os Estados Unidos.

Comparem, por favor, a situação brasileira, nesse capítulo, com outras economias. Nossa dívida externa é quase quatro vezes maior dos que o volume total das exportações. Sabem qual é a relação no Chile? Pouco mais de dois para um. No México, Venezuela e Rússia, as vendas ao exterior superam as dívidas em moeda forte. Isso sem falar na China, na Coréia do Sul, na Malásia e outros emergentes sempre citados, com inveja, entre os grandes geradores de dólares pela via do comércio internacional.

A medida anunciada por Meirelles não é interessante apenas pelo fato de que o País aproveitará a imensa liquidez internacional atual para reforçar suas anêmicas reservas e reduzir as dívidas em dólares. Isso é fundamental porque os capitais que estão jorrando para cá buscam apenas uma rentabilidade de curto prazo que os mercados maduros não estão oferecendo no momento. Como estão vindo, vão embora, e é preciso formar um colchão para suportar o possível tranco futuro. Mas a nova política é boa também para melhorar a competitividade das exportações brasileiras.

Rola entre nós uma infindável discussão sobre o nível da taxa de câmbio adequado para a economia brasileira no momento. Há quem argumente que as cotações atuais são suficientes e não embutem o inconveniente de pressões inflacionárias. Mas o fato é que, embora o saldo comercial em 2003 tenha dado um salto espetacular para US$ 25 bilhões e as exportações tenham crescido 20%, ainda estamos bem longe do equilíbrio nas contas externas. Por isso mesmo, evitar que movimentos financeiros especulativos valorizem em excesso o real, facilitando assim a geração líquida de dólares tão necessários, é providência mais do que acertada.

Além disso, a mudança na condução da política cambial tem um impacto simbólico claro. Um outro lado da moeda de uma ação de reforço das reservas cambiais é um certo “relaxamento” com o fantasma fiscal. O BC comprará dólares com reais e, portanto, dependendo da quantidade e do ritmo das compras, pode ser que tenha de enxugar reais do mercado com a emissão de títulos públicos – ou, em outras palavras, com aumento da dívida pública. Assim, é possível, sendo otimista, imaginar até que a nova política embute pressões adicionais para reduções nas taxas de juros, com o que esse aumento poderia ser neutralizado.

Tudo isso, para acontecer, depende da condução da nova política. O BC terá de ser hábil o suficiente para impedir que o mercado estabeleça tetos e pisos para as taxas de câmbio, jogando a política cambial num córner monetário. Não é jogo para amadores. No primeiro dia, o mercado reagiu bem. Mas é cedo para saber com segurança a direção do vento.

domingo, janeiro 04, 2004

São Sebastião

Um pouco de História:

São Sebastião nasceu em Milão, na Itália, de acordo com Santo Ambrósio. Pertencente a uma família cristã foi batizado quando era muito criança. Mais tarde tomou a decisão de engajar-se nas fileiras romanas e chegou a ser considerado um dos oficiais prediletos do imperador Diocleciano. Contudo, nunca deixou de ser um cristão convicto e ativo.

Fazia tudo para ajudar os irmãos na fé, procurando revelar o Deus verdadeiro aos soldados e aos prisioneiros. Secretamente, Sebastião conseguiu converter muitos pagãos ao cristianismo. Até mesmo o governador de Roma, Cromácio, e seu filho Tibúrcio foram convertidos por ele. Em certa ocasião, Sebastião foi denunciado, pois estava contrariando o seu dever de oficial da lei. Teve, então, que comparecer ante ao imperador para dar satisfações sobre o seu procedimento.

O imperador se queixou de que tinha confiado nele, esperava dele uma brilhante carreira e ele o havia traído. Diante do imperador, Sebastião não negou a sua fé e foi condenado à morte, sem direito a apelação. Amarrado a um tronco foi varado por flechas, na presença da guarda pretoriana. No entanto, milagrosamente, São Sebastião conseguiu sobreviver aos ferimentos.

Demonstrando muita coragem, se apresentou novamente diante do imperador, censurando-o pelas injustiças cometidas contra os cristãos, acusando-o de inimigo do Estado. Perplexo com tamanha ousadia, Diocleciano ordenou que os guardas o açoitassem até a morte. O fato ocorreu no dia 20 de janeiro de 288.

No Brasil. É um santo muito popular e padroeiro do município do Rio de Janeiro, dando seu nome à cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Reza a lenda que, na batalha final que expulsou os franceses que ocupavam o Rio, São Sebastião foi visto de espada na mão entre os portugueses, mamelucos e índios, lutando contra os franceses calvinistas. Além disso, o dia da batalha coincidiu com o dia do santo, celebrado em 20 de janeiro. São Sebastião é o protetor da humanidade contra a fome, a peste e a guerra.