domingo, novembro 14, 2004

Trânsito

Por: Leandro Paterniani- InfoMoney
SÃO PAULO - Se você mora em uma grande metrópole, então com certeza deve entender o porquê a palavra trânsito é, em geral, associada a outras idéias, como "caos", "transtorno", "stress" etc. Afinal de contas, não é nada agradável você enfrentar congestionamentos intermináveis, que acabam consumindo boa parte do seu tempo e atrasando todo o seu dia. Sendo este um tipo de situação corriqueira nas grandes metrópoles do País, o que o seu Prefeito pode fazer para resolver, ou ao menos minimizar, este problema? Antes de entrarmos nesta discussão mais a fundo, contudo, devemos entender quais as principais causas do trânsito caótico das grandes cidades brasileiras. Afinal de contas, é entendendo as causas que podemos avaliar o quanto são viáveis as soluções apresentadas. Falta de planejamento: um problema históricoSem dúvida alguma, o principal fator responsável pelo trânsito caótico das grandes metrópoles brasileiras é a falta de planejamento, que se perpetuou ao longo do tempo. E quando falamos em falta de planejamento, estamos nos referindo, basicamente, a alterações no espaço urbano que atenderam apenas às necessidades de curto prazo em determinada época. Sendo mais claro: o crescimento desordenado dos grandes centros urbanos e a implementação de medidas visando apenas uma solução imediata são os grandes vilões de toda esta história, uma vez que impediram um melhor dimensionamento de seus efeitos de longo prazo. Ou seja, o problema de hoje reflete o acúmulo de medidas, não equivocadas, mas sim mal coordenadas ao longo do tempo. Peguemos o que certamente é o maior exemplo de trânsito caótico em todo o País: a cidade de São Paulo. Até a década de 1.950, o trânsito da cidade era compatível com a sua infra-estrutura, não havendo, como mostram os relatos históricos, problemas como congestionamentos, lentidão etc., até mesmo pelo fato de que o número de automóveis ainda era bastante reduzido. Contudo, o quadro começou a mudar a partir de meados desta mesma década, quando a cidade comemorou seus 400 anos sob o lema de ser "a cidade que mais cresce no mundo". O crescimento do parque industrial paulistano e o início do que viria a ser o "inchaço" de São Paulo foi seguido por um crescimento expressivo do número de automóveis particulares, em detrimento do transporte público. Transporte particular versus transporte públicoComo resposta ao crescimento do número de automóveis, iniciou-se em São Paulo o chamado "Plano das Grandes Avenidas", que consistia, basicamente, na construção de grandes obras viárias para a época, de forma a "desafogar" o trânsito, que já começava a dar os primeiros sinais do que iria se transformar não muito tempo depois. Foi nessa época que foi construída, por exemplo, a Avenida 23 de Maio, que nos dias atuais, em conjunto com a Avenida Rubem Berta e Washington Luís, constitui o chamado "corredor norte-sul". Mas, afinal de contas, o que isto tem a ver com o trânsito atual? Bom, lembra-se de quando falamos em soluções de curto prazo cujos efeitos de longo prazo não foram devidamente avaliados? Pois bem, este é um exemplo disto. E assim como em São Paulo, outros grandes centros urbanos se desenvolveram priorizando o transporte particular ao invés do transporte coletivo. Ao se construir grandes obras viárias, a Prefeitura está dando, na verdade, um incentivo ao transporte particular, já que com as avenidas tem-se a impressão de que o fluxo de veículos tende a se tornar mais rápido. Assim, um número maior de pessoas vai para o trabalho, para a escola etc. com seu próprio carro e, com o passar do tempo, o que se assiste é um fenômeno no qual o número de veículos cresce em velocidade superior ao que comportam os trajetos viários existentes. Ou seja: quando o número de automóveis na cidade era de 500 mil, a grande avenida era uma maravilha, mas quando este número saltou para 5 milhões, o trânsito voltou a ser caótico. Desenvolvimento do transporte públicoLonge de se concluir que a implementação de obras viárias não é importante: pelo contrário, esta é uma medida bastante necessária, desde que ela não exclua os investimentos no transporte público. Pense bem: quantas vezes, enquanto estava parado em seu carro no trânsito, você olhou para os lados e viu outros tantos carros, com uma ou duas pessoas, no máximo, em cada um deles? Imagine, agora, que, de forma conjunta ao desenvolvimento de trajetos viários, os governos anteriores tivessem investido também no transporte público: certamente muitas destas pessoas prefeririam deixar seus carros em casa e ir para o trabalho, escola etc. de metrô, ônibus, tornando o trânsito destes grandes centros urbanos bem menos caótico. Percebe-se, assim, que o planejamento de tráfego é extremamente importante nos grandes centros urbanos, já que ele pode evitar uma série de transtornos futuros relacionados ao trânsito. Bom, mas já que, como diz o velho ditado popular, "não adianta chorar pelo leite derramado", o que pode ser feito para melhorar o problema do trânsito nas grandes cidades? Estruturação viária: uma primeira saídaA primeira coisa a se fazer, certamente, é repensar a estrutura viária da cidade. Este é um trabalho bastante técnico, que requer a presença de profissionais especializados - como os engenheiros de tráfego - para identificação dos principais pontos críticos, mapeamento das principais rotas e fluxos da cidade e levantamento de soluções alternativas. Estas soluções vão desde a mudança no sentido de determinadas ruas e desvios de rotas, até soluções mais complexas, como a construção de novas obras viárias, como avenidas, túneis, viadutos etc. E obviamente a implementação destas soluções requer um planejamento muito cuidadoso, já que envolve custos e impactos no dia-a-dia da população. Olhando melhor para o transporte públicoMas como mostrado anteriormente, este tipo de solução não deve ser visto de uma maneira isolada. A Prefeitura deve, de forma paralela, pensar em soluções que atendam às necessidades de longo prazo da população. E, neste sentido, o desenvolvimento do transporte público é uma saída bastante eficaz para tornar mais dinâmico o trânsito das grandes cidades. É claro que esta saída tende a ser mais cara que aquelas de curto prazo, uma vez que, para a expansão de uma malha metroviária, por exemplo, é necessário desapropriar terrenos e construções, o que é bastante custoso. A própria ampliação de frotas de ônibus também tende a ser bastante onerosa para os cofres públicos. Ainda assim, são medidas que devem ser implementadas para garantir uma gradativa melhora do trânsito das grandes metrópoles e, assim, contribuir para uma melhor qualidade de vida de sua população.

domingo, novembro 07, 2004

Economista

É galerinha... o blog entrou de férias compulsórias por quase dois meses... bom, eis ai uma piadinha "véia" para animar.
bjs a todos

Um mineirinho com sérios problemas financeiros vendeu uma mula para outro fazendeiro, também mineiro , por R$100,00, que concordou em receber a mula no dia seguinte. Entretanto, no dia seguinte, ele chegou e disse:
- Cumpadi, cê me discurpa mais a mula morreu.
- Morreu?
- Morreu.
- Intão me devorve o dinheiro.
- Já gastei.
- Tudo?
- Tudin.
- Intão me traiz a mula.
- Morta?
- É, uai, ela num morreu?
- Morreu. Mais qui cê vai fazê com uma mula morta?
- Vou rifá
- Rifa?
- É, uai!
- A mula morta? Quem vai quere?
- É só num falá qui ela morreu.
- Intão tá intão.
Um mês depois, os dois se encontram e o fazendeiro que vendeu a mula
pergunta:
- E aí Cumpadi, e a mula morta?
- Rifei. Vendi 500 biete a 2 real cada. Faturei 998 real.
- Eita! I ninguém recramô
- Só o homi qui ganhô.
- E o que o cê feiz?
- Devorvi os R$ 2,00 real pra ele.